quarta-feira, 9 de maio de 2012

PURIM


Lições de Purim
Por Rabino Shabsi Alpern
Um dos preceitos ligados à festa de Purim é mishlôach manot - enviar duas espécies de alimentos para um amigo. Uma explicação para esta mitsvá é que, ao cumpri-la, corrigimos a transgressão cometida por algumas pessoas de nosso povo, na época de Purim.
Segundo o relato da Meguilá, o rei da Pérsia preparou um suntuoso banquete. A comida e a bebida servidas não eram casher; além disso, os utensílios sagrados do Bet Hamicdash (Templo Sagrado de Jerusalém) foram utilizados. Alguns judeus, entretanto, participaram do banquete e se serviram desta comida.
Purim comemora a queda de Haman após os judeus terem se voltado completamente para D'us. A celebração inclui o envio de mishlôach manot, comida e bebida casher, demonstrando nossa lealdade a D'us e, particularmente, às leis de cashrut.
Existe outra explicação mais profunda para este preceito.
·       A Pérsia naquela época era o império mais poderoso do mundo. Ostentava a civilização mais adiantada da época. Por outro lado, o povo judeu se encontrava desesperado. A Terra Santa e o Templo Sagrado estavam em ruínas. Para alguns, parecia que D'us abandonara Seu povo. Na verdade, havia previsões, baseadas nas escrituras dos Profetas, de que o exílio iria terminar; entretanto, a prometida liberdade não chegara.
·       O Midrash comenta que esta era de fato uma das razões pelas quais o rei organizou a pomposa festa e ousou profanar os utensílios sagrados. Nessas circunstâncias, quando o chefe deste poderoso império preparou a festa real, convidando representantes de todas as nações, muitos judeus não resistiram à tentação. Não foram detidos nem pelo fato de que este era o marco do início de uma "nova era", a da assimilação completa; foram iludidos pelo lema atraente "não compulsório". Assim, realmente tomaram parte na profanação dos vasos sagrados.
·       Simbolicamente, esta profanação marcou a violação da alma Divina, no "santuário interior" de cada um, homem ou mulher. A finalidade desta faísca Divina seria iluminar o ambiente com a luz dos mais altos ideais Divinos. Porém, aqueles judeus fracos, ao participarem do banquete servindo-se da comida de Achashverosh, contaminaram tanto o corpo como a alma.
·       Mishlôach manot nos lembra e adverte de não sermos levados por civilizações cintilantes e culturas alienígenas, e nos conclama a resistir à assimilação, por mais lisonjeira que nos pareça.
·       Há aqueles que argumentam: "Hoje os tempos são outros; estamos dispersos entre as nações; não podemos ser diferentes ou ter nossas próprias leis, pois a sociedade nos rejeitará, e não poderíamos existir."
·       Estas palavras partem de seu "Haman" interior, e têm um eco dos tempos antigos. Já foram ditas há milênios pelo primeiro Haman, que tentou convencer o poderoso rei da Pérsia com o mesmo argumento, de que a sociedade não podia deixar os judeus existirem.
·       A assimilação e a imitação não só aceleram nosso declínio espiritual, como nos impedem de alcançar o desejado respeito e aceitação pela sociedade. E assim lemos na história de Purim: quando o rei viu que Mordechai permanecia fiel ao judaísmo, mesmo na corte real, teve profundo respeito e admiração por ele, pensando: "Este é um homem de princípios; nele posso confiar."
·       A história mostra que aqueles que tentam obter a aceitação da sociedade, negando sua identidade judaica, terminam por ser rejeitados ao final, com a seguinte teoria:
·       "Um homem desleal a seu próprio povo e tradição, sempre nadará a favor da correnteza. Além disso, não será alguém em quem pode-se depositar confiança, pois vendeu seu legado, por dinheiro ou honras. Como se pode confiar nele e depender dele? Se alguém oferecer um real a mais, trairá sua lealdade, como traiu seus irmãos de fé."
Fidelidade inabalável a D'us e à Sua Torá é o segredo da sobrevivência de nosso povo; e é a única trilha para adquirirmos o respeito de todos.









Mensagem do Lubavitcher Rebe

Em Purim, ao escutarmos a leitura da Meguilá e meditando sobre a história relatada, é preciso lembrar de alguns detalhes e fatos importantes que aconteceram naquela época:

Um certo Haman apareceu e publicou um decreto visando massacrar e exterminar todos os judeus numa determinada data.
Nesse meio tempo, a rainha Ester pediu a Mordechai para "reunir todos os judeus e jejuar", dizendo que ela se apresentaria perante o rei, implorando para que o terrível decreto fosse anulado.
Em seguida, Mordechai reuniu dezenas de milhares de crianças judias para ensinar-lhes a Torá, estudando juntos o procedimento da oferenda do "omer" que terá lugar quando o Templo Sagrado for reconstruído.
Todas as crianças estavam tão entusiasmadas pelo novo espírito que Mordechai inculcou nelas, que exclamaram frente ao perigo mortal: "Nós ficaremos contigo e com a Torá na vida e na morte!"
No mesmo dia os decretos perderam sua validade. A queda de Haman ficou assegurada e os judeus foram salvos. (A notícia, entretanto, só foi divulgada alguns meses depois.)

A experiência dos nossos ancestrais serve a todos de lição! É preciso compreendermos que um dos meios mais eficazes de garantir a queda do "Haman" de todos os tempos, é trazer luz e alegria ao nosso povo - reunindo crianças judias para lhes ensinar a Torá e o judaísmo.

É preciso lhes dizer que a verdadeira e perfeita Redenção depende inteiramente de nós; pois se nós, judeus, voltarmos a D'us com um sincero arrependimento, seremos imediatamente redimidos pelo nosso justo Mashiach (Messias).

É preciso lhes dizer também que nosso sagrado Bet Hamicdash será reconstruído brevemente e que nós devemos ser dignos e estar preparados para servir a nosso D'us neste Santuário.

O dia no qual as crianças judias estiverem imbuídas deste espírito e exclamarem: "Nós ficaremos contigo Torá, na vida ou na morte!" - nossa Torá nos assegura que neste dia todos os "Hamans" serão derrotados e nós teremos luz, contentamento, júbilo e honra.
Que possamos ainda viver este dia de uma nova era!
Baseado nas obras do Rebe Menachem Mendel Schneerson

Uma das mitsvot de Purim é a leitura da Meguilá - o Rolo de Ester, no qual o milagre de Purim é relatado.

Diz o Talmud: "Quem lê a Meguilá de trás para a frente não cumpre a obrigação." Nossos Sábios explicam que "de trás para a frente" não significa apenas na ordem contrária; quer dizer também que quem ler a Meguilá apenas como uma história do passado não entende seu significado.

A história de Purim é diretamente relevante para o mundo contemporâneo. Como a própria Meguilá conta, ao celebrarmos Purim a cada ano, os eventos milagrosos de Purim são "lembrados e comemorados" em nossa vida.

Haman, Ontem e Hoje

Não é preciso procurar longe para encontrar os herdeiros modernos de Haman. Hoje, como antigamente, há maquinadores perversos que procuram fazer dos judeus bodes-expiatórios e - D'us não o permita - erradicar-nos da face da Terra. Cada vez que tentam nos destruir, seus planos são frustrados pela mão miraculosa de D'us.

O exemplo mais claro em tempos recentes foi a Guerra do Golfo, que terminou com vitória em Purim, 5751 (1991).

De Redenção em Redenção

Durante toda a História presenciamos milagres. Apesar de séculos e séculos de perseguição, sobrevivemos e prosperamos. Porém ainda estamos no exílio há quase 2000 anos, esperando e rezando pela Redenção final e completa - a Redenção que terminará com o sofrimento e o exílio para sempre.

Possa o cumprimento das mitsvot de Purim ser um precursor de uma nova era que trará uma vida melhor para todas as nações do mundo.

0 comentários:

Postar um comentário

Loading

Indique para Amigos

FOTOS
Ministério Apostólico Yhwh Rapha
REENCONTRO COM DEUS - REVISÃO 2012